Ribas vive expectativa de boom imobiliário com instalação da maior fábrica de celulose do mundo
- Fonte: Leonardo Rocha, Subcom
Com cerca de 25 mil habitantes (IBGE 2020), Ribas do Rio Pardo vive a expectativa de um boom imobiliário por causa da instalação da nova fábrica de celulose da Suzano, anunciada ao mercado na semana passada. A unidade, que promete ser a maior do mundo, vai receber investimento de R$ 14,7 bilhões e gerar 10 mil empregos diretos até 2024, durante a construção. Depois de pronta, a indústria terá pelo menos três mil operários trabalhando.
Por causa do início da construção, que já começou com o serviço de terraplanagem, o setor imobiliário se aqueceu e já demonstra crescimento, com empresas interessadas em atuar na cidade, além de já aumentar a movimentação para compra e venda de imóveis. “Os preços já subiram e já temos pessoas de outros estados nos ligando para avaliar imóveis, com chamadas até de madrugada”, revelou Fábio Ungaro, dono de imobiliária na cidade.
O produtor rural Romeu Pires ressaltou que esta nova realidade da cidade vai ajudar todos os setores, valorizar os imóveis e propriedades da cidade. “Vai ser bom para todo mundo e até dobrar a população do município”, acredita ele.
Agnelo Carneiro, dono de loja de construções, contou que seus funcionários inclusive já fizeram treinamento com a empresa Suzano, responsável pela nova fábrica, para ser fornecedor e vender para empresa. “Para atendê-los deve se cumprir uma série de requisitos e já estamos preparados. Nossas vendas já aumentaram em 30% e acredito que irá subir ainda mais”.
Comércio
Comerciantes e moradores de Ribas do Rio Pardo também estão confiantes e eufóricos com a instalação da nova fábrica de celulose da Suzano. Eles acreditam que o empreendimento vai mudar a realidade e alavancar a economia da cidade.
A expectativa é aumentar as vendas, ampliar os locais de comércio e ainda dispor de uma cidade com mais investimentos da iniciativa privada, junto com melhor infraestrutura implantada pelo poder público, para atender esta nova dinâmica econômica.
“Estamos confiantes que o comércio vai melhorar e a expectativa é muito positiva, até porque ficou bem parado o movimento durante a pandemia, mas já está melhorando e a tendência é crescer as vendas com a vinda da fábrica”, disse Lara Gotis, proprietária de uma loja de móveis.
Natalícia Martes, que atua no ramo hoteleiro há 50 anos no município, ressaltou que a obra será um grande benefício para toda a população. “Vai trazer movimento e melhorar a economia da cidade, os hotéis por exemplo já estão cheios. Há muito tempo esperávamos por esta boa notícia e assim vamos suportar a crise”.
Ajuda e cooperação
O prefeito de Ribas do Rio Pardo, João Alfredo Danieze, disse que terá a parceria do Governo do Estado para melhorar a infraestrutura da cidade, e assim atender a demanda desta nova realidade social e econômica.
“O governador se prontificou em nos auxiliar na pavimentação de estradas, ampliar o hospital municipal, aumentar o efetivo policial e outras obras. Temos um bom diálogo”, mencionou o prefeito.
Danieze ressaltou que a cidade terá que ampliar o número de casas, aumentar a rede hoteleira, assim como criar locais de lazer. “Temos a necessidade de mais 2 mil casas, já tem dois alojamentos sendo construídos e vai precisar de mais, pois no auge da obra teremos 10 mil empregos abertos na cidade”.
Capacitação
O titular da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, ressaltou que será feito um levantamento das microempresas da cidade, com visitas e orientações, assim como parceria com o Senai na capacitação da mão de obra local.
“Também vamos mapear as oportunidades de negócios, para atender este forte crescimento. É importante que a população e os empresários estejam preparados para atender a demanda e entendam este novo movimento de geração de empregos, renda e maior movimento na economia local”, descreveu Verruck.
O secretário ainda citou uma ação junto a agricultura familiar para fornecimento de hortifrúti aos alojamentos. “Temos que entender que será a maior indústria de celulose do mundo, por isso teremos que dar a devida sustentação à população local, para que tenham todo o atendimento do setor público e também se aproprie deste desenvolvimento”.