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Parceria inédita para um formato inédito. A primeira colaboração entre o encenador teatral Breno Moroni e o maestro Eduardo Martinelli rendeu, também, a primeira opereta dedicada ao Pantanal. Trata-se da “Opereta Pantaneira”, que estreia hoje, às 20h, no Teatro Glauce Rocha, com entrada franca.

Mais conhecida por dar nome a um tradicional bombom de chocolate branco – com castanha de caju – e, na última década, a uma boneca da grife de licenciamentos infantojuvenis Monster High, a palavra opereta (“operetta”), diminutivo de ópera no original em italiano, designa uma variação mais leve, tanto no enredo quanto nas peças musicais, do gênero dramático que se caracteriza por apresentar acompanhamento musical do início ao fim da narrativa.

O encontro criativo entre Moroni e Martinelli tem a proposta de retratar o Pantanal sob a inspiração das lendas, dos mitos e dos causos que fazem parte do imaginário relacionado ao bioma. No palco, 15 artistas – 12 músicos da Orquestra Sinfônica Musical de Campo Grande e os atores Fernando Lopes, Melissa Azevedo e Marta Cel – dão vida ao enredo.

A narrativa é pontuada por diversas expressões musicais, a exemplo do cururu, das modas de viola caipira, das músicas indígenas, das andinas e das guarânias paraguaias.

Entre os músicos está o próprio maestro Martinelli, que, além da regência, vai tocar violão.

A “Opereta Pantaneira” encerra a 15ª edição do Encontro com a Música Clássica, iniciada na segunda-feira. “Trata-se de um trabalho totalmente autoral, com texto de minha autoria e música composta por Martinelli e seus artistas. O texto teatral que existe na obra escrevi há mais de 10 anos, quando estava em Lisboa, Portugal.

A ideia veio dessa vontade de falar do Pantanal de um modo que, se a gente for apresentar no Japão, por exemplo, a pessoa vai entender, se encantar”, diz Breno Moroni.

“Apenas a última música não é inédita. Todas as outras são criações autorais, desde as canções até as partes instrumentais. A orquestra é protagonista, assim como os três atores em cena”, conta Eduardo Martinelli, que assina o repertório musical ao lado de Rodrigo Faleiros e Ivan Cruz.

A opereta tem 40 minutos de duração e a apresentação poderá ser acompanhada por deficientes auditivos.

A intérprete de Libras e atriz Karen Martins, além de garantir acessibilidade, participa da encenação no papel de uma lavadeira de beira de rio. A produção do evento pede que o público leve um quilo de alimento não perecível para reforçar a campanha de doações encampada pelo Encontro com a Música Clássica.

Por trás da cortina, a equipe da “Opereta Pantaneira”, entre outros nomes, conta com: Haroldo Garay (direção de arte), Tiana Sousa (figurino), Luiz Sartomen (iluminação), Carol Garcia (produção) e o bonequeiro Wilson Motta.

SATER

Um convidado ilustre ajuda Campo Grande a soprar as velinhas dos seus 123 anos de história, nesta sexta-feira, no Parque das Nações Indígenas, com entrada franca. É o cantor, compositor e violonista Almir Sater.

Com mais de três décadas “tocando em frente” uma carreira de 10 discos, permeada de sucesso junto ao público, prêmios como o Grammy e o reconhecimento da crítica especializada, o músico não gosta de falar muito e prefere ficar na dele.

Mas com as aparições diárias na tevê, na pele do chalaneiro Eugênio, da novela “Pantanal”, fica mais difícil para o músico, e ator, evitar os holofotes.

Aos 65 anos, Sater ocupa o palco depois do show de abertura da dupla Filho dos Livres – Guga Borba (violão, viola e voz) e Guilherme Cruz (guitarras, viola, violão de 12 e voz) –, que está programado para começar às 18h.

Entusiasta da viola de 10 cordas, Almir Sater, que nasceu em Campo Grande, promete um repertório com canções conhecidas e faixas dos álbuns “AR” (2015) e “+AR” (2017), lançados em parceria com Renato Teixeira, que, aliás, apresentou-se ontem na Capital.

BONITO

Sob o tema “Um Mergulho no Imaginário” e com toda a programação gratuita, o 21º Festival de Inverno de Bonito (FIB) começou na quinta-feira, com show do cantor Daniel como destaque do dia de abertura, e segue até domingo. Mais de 100 atrações de 12 estados brasileiros marcam presença na cidade para dar combustão a uma movimentada agenda cultural.

Depois de Daniel, o Palco das Águas recebe Gaby Amarantos (hoje), Vanessa da Mata (amanhã) e a banda de rock Ira! (domingo), sempre com abertura de artistas sul-mato-grossenses

No Centro de Múltiplo Uso (CMU), apresentam-se, ainda, a cantora e compositora trans Majur (BA) e o rapper Rincon Sapiência (SP), conhecido como Manicongo. Os artistas de MS também marcam presença no CMU: o performer Júlio Ruschel, a slammer Alê Coelho e o Brô MCs, de Dourados (MS), o primeiro grupo de rap indígena do Brasil, que vem se destacando no cenário nacional e se apresenta no Rock in Rio no dia 3 de setembro (sábado).

Nas artes cênicas, um dos destaques é o grupo teatral Maria Cutia (MG), que apresenta, neste domingo, às 17h40min, na Praça da Liberdade, a sua versão para o “Auto da Compadecida”, clássico de Ariano Suassuna, sob a direção de Gabriel Villela. Toda a programação e outras informações sobre o FIB estão disponíveis no site: www.festivaldeinvernodebonito.ms.gov.br.

CINEMA

Nas salas de cinema dos shopping centers de Campo Grande, entre as estreias, destacam-se o terror “Não! Não Olhe!”, novo filme de Jordan Peele, o mesmo diretor de “Corra!” (2017), que vem sendo apontado como renovador do gênero, e o nacional “O Debate”, que marca a estreia do ator Caio Blat na direção de um longa-metragem.

Protagonizado por Débora Bloch e Paulo Betti, o filme tem como enredo um ex-casal de jornalistas que se reencontra, por motivos profissionais, na condução do último debate entre dois candidatos da campanha eleitoral para a Presidência da República. Um de direita e outro de esquerda, com o segundo liderando as pesquisas de intenção de votos (alguma coincidência com a realidade).

STREAMING

Na plataforma Sesc Digital (sesc.digital/colecao/cinema-em-casa-com-sesc), uma das estreias é o longa-metragem japonês “Roda do Destino” (2021), de Ryûsuke Hamaguchi, que também dirigiu o aclamado “Drive My Car” (2021).

No enredo, “três histórias, todas protagonizadas por personagens femininas, falam dos encontros e desencontros da vida, dos caminhos percorridos, e do poder do acaso na transformação e nos relacionamentos humanos”.