• Fonte: LEO RIBEIRO

Ainda durante a madrugada, Mato Grosso do Sul passava a marca da 35.ª mulher no Estado vítima de feminicídio neste 2022, com o crime executado contra Alexsandra Galvão de Arruda, no bairro Jardim Centro Oeste.

Neste domingo (13), segundo informações da equipe plantonista -chefiada pela delegada Karen Karen Viana de Queiroz -, a mulher foi morta pelo homem com quem dividia a casa e a vida.

Encontrada pelas forças policiais com a blusa levantada na altura dos seios, seus shorts abaixados até o tornozelo, preso apenas no tornozelo direito, sem roupas íntimas, num primeiro momento levantou-se a suspeita de crime contra a dignidade sexual (ou tentativa).

Segundo informações liberadas pela delegada titular da 1ª Del. Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Elaine Cristina Ishiki Benicasa, um exame de sexologia forense foi requisitado para apuração dessa suspeita.

Mulheres que sofreram violência tinham medida protetiva
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Maioria das tentativas de feminicídio acontecem na periferia
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Conforme relato policial, “a vítima apresentava um corte profundo na parte posterior do pescoço, até a bochecha do lado direito do rosto (quase degolada), estava deitada de bruços, em início de rigidez cadavérica”.

Sobre o caso, os vizinhos (que relataram que o casal se mudou há aproximadamente um mês) disseram não ter ouvido barulho.

Foi apontado aos policiais, pelos moradores do entorno, que não puderam ouvir nada, visto que os quatro cachorros da residência latem sem cansar, o que pode ter abafado possíveis gritos da vítima.

Calado após o crime

Preso em flagrante, sendo indiciado pelo crime de Feminicídio Consumado (artigo 121, Parágrafo § 2-A, inciso I, do Código Penal), praticado no contexto de violência doméstica, e foi representada por sua prisão preventiva, o autor se entregou após o delito.

Durante interrogatório, entretanto, se recusou a revelar a “cinemática” do crime, não narrando a dinâmica dos fatos aos policiais.

Ainda assim, o homem confirmou que a faca apreendida pela polícia foi mesmo usada para cometer o crime. Ele não revelou o motivo de a vítima estar seminua.

Sem das mais detalhes, disse apenas que ambos haviam bebido, sendo que o crime aconteceu depois de uma discussão, sobre uma possível traição da vítima.

Números tristes

Vale ressaltar que, janeiro foi o mês mais sangrento do ano para elas, com sete ocorrências registradas neste primeiro mês de 2022, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Atrás dele, junho vem como o segundo mês com maior registro de feminicídios consumados (seis). Setembro vem em seguida, com cinco crimes deste tipo comeditos no intervalo de 30 dias.

Depois, aparecem no ranking os meses de abril e maio, com quatro e três feminicídios registrados, respectivamente.

Ainda em agosto Mato Grosso do Sul já ultrapassava a marca de maior índice anual de feminicídios registrados, desde 2015, ano em que foi instituída a tipologia deste crime.

Fevereiro, março, julho, agosto e outubro são os meses que aparecem com 2 feminicídios registrados em cada um desses meses.