Governo discute dar aumento no Bolsa Família para quem conseguir emprego
- Fonte: Da Redação com Assessoria
Integrantes do governo defendem que os beneficiários do Bolsa Família, ou do programa social que vier a substituí-lo, recebam um bônus caso consigam trabalho formal.
O argumento é que a medida estimularia a busca pelo emprego formal, pois, na prática, a família teria um aumento na renda: o salário pago pela empresa e também o bônus transferido pelo programa do governo.
O nome do Bolsa Família deve ser alterado para Auxílio Brasil.
O benefício assistencial, inclusive com o bônus, deve ter um prazo para ser encerrado após a carteira de trabalho ter sido assinada.
Esse período e o valor adicional ainda estão em discussão, pois dependente do Orçamento federal. O governo avalia conceder um bônus de R $ 200.
Uma família cadastrada no Bolsa Família recebe hoje R $ 190 por mês, valor bem inferior ao salário mínimo em 2021, de R $ 1.100 por mês, geralmente usado como piso para trabalhadores com carteira assinada.
Apesar de haver vantagem financeira em buscar trabalho formal, na avaliação de membros dos Ministérios da Cidadania e da Economia, beneficiários do Bolsa Família rejeitam a formalização do vínculo porque deixariam de receber a renda do programa social.
Esse argumento ea proposta como um todo geram debates entre especialistas de política pública na área social.
Para um grupo, a medida geraria distorções dentro do programa, pois o gasto seria menor com quem está em situação mais vulnerável.
O economista Marcelo Neri, diretor do FGV Social, diz que a medida de estímulo ao emprego formal pode ser relevante, apesar da baixa evidência do efeito preguiça no programa.
No entanto, ele lembra que o Bolsa Família está em municípios pobres do país e há dúvidas sobre o comportamento do mercado formal de trabalho nessas regiões.
“O Brasil é um país muito diverso e desigual. O programa é bem focalizado nos mais pobres. Tem de ver se há demanda por trabalhadores lá”, afirma Neri.
Integrantes dos Ministérios da Cidadania e da Economia dizem que há um desestímulo para as pessoas deixarem o Bolsa Família no formato atual, pois, se perdem o contrato de trabalho, elas têm dificuldade para regressar ao programa. Nesse caso, essas famílias anunciam de voltar para a fila de espera.